Os invasores podem envenenar um cache de DNS, fazendo com que os resolvedores de DNS façam o cache de informações falsas, resultando no resolvedor enviando o endereço IP errado aos clientes, e os usuários que tentam navegar em um site são direcionados para o local errado.
Após ler este artigo, você será capaz de:
Conteúdo relacionado
Assine o theNET, uma recapitulação mensal feita pela Cloudflare dos insights mais populares da internet.
Copiar o link do artigo
O envenenamento de cache de DNS é o ato de inserir informações falsas em um cache de DNS para que as consultas de DNS retornem uma resposta incorreta e os usuários sejam direcionados aos sites errados. O envenenamento de cache de DNS também é conhecido como "falsificação de DNS". Os endereços de IP são os "números de telefone" da internet, permitindo que o tráfego da web chegue aos lugares certos. Os caches dos resolvedores de DNS são como uma lista desses números de telefone e, quando armazenam informações incorretas, o tráfego vai para os lugares errados até que as informações armazenadas em cache sejam corrigidas. (Observe que, na verdade, isso não desconecta os sites reais de seus endereços de IP reais.)
Devido ao fato de que, geralmente, não há um jeito de os resolvedores de DNS verificarem os dados em seus caches, as informações de DNS incorretas permanecem no cache até que sua vida útil (TTL) expire ou sejam removidas manualmente. Algumas vulnerabilidades tornam o envenenamento de DNS possível, mas o principal problema é que o DNS foi desenvolvido para uma internet muito menor e baseado em um princípio de confiança (bem semelhante ao BGP). Existe um protocolo DNS mais seguro, denominado DNSSEC, que visa a solucionar alguns desses problemas, mas que ainda não foi amplamente adotado.
Os resolvedores de DNS fornecem aos clientes um endereço IP associado a um nome de domínio. Em outras palavras, pegam os endereços de sites legíveis por humanos, como "cloudflare.com" e os convertem em endereços IP legíveis por máquina. Quando um usuário tenta navegar para um site, seu sistema operacional envia uma solicitação para um resolvedor de DNS. O resolvedor de DNS responde com o endereço IP e o navegador da internet pega esse endereço e inicia o carregamento do site.
Um resolvedor de DNS salva as respostas a consultas de endereço IP por um determinado período de tempo. Assim, o resolvedor pode responder a consultas futuras muito mais rapidamente, sem precisar se comunicar com os diversos servidores envolvidos no processo típico de resolução de DNS. Os resolvedores de DNS salvam as respostas em seu cache enquanto a TTL ( vida útil) designada associada a esse endereço IP permitir.
Resposta do DNS sem cache:
Resposta do DNS com cache:
Os invasores podem envenenar os caches de DNS representando o papel de nameservers de DNS, fazendo uma solicitação para um resolvedor de DNS e, em seguida, forjando a resposta quando o resolvedor de DNS consulta um nameserver. Isso é possível porque os servidores DNS usam o protocolo UDP ao invés do TCP, e também porque, atualmente, não existe uma verificação das informações de DNS.
Processo de envenenamento do cache de DNS:
Cache de DNS envenenado:
Em vez de usar o TCP, que exige que ambas as partes comunicantes executem um "handshake" para iniciar a comunicação, as solicitações e respostas do DNS usam o UDP, ou o User Datagram Protocol. Com o UDP, não há garantia de que uma conexão esteja aberta ou que o destinatário esteja pronto para receber. O UDP é vulnerável à falsificação por esse motivo: um invasor pode enviar uma mensagem via UDP e fingir que é uma resposta de um servidor legítimo falsificando os dados do cabeçalho.
Se um resolvedor de DNS receber uma resposta falsificada, ele aceita e armazena os dados em cache sem analisá-los, porque não há como verificar se as informações são precisas e provenientes de uma fonte legítima. O DNS foi criado nos primeiros dias da internet, quando as únicas pessoas ou entidades que se conectavam a ele eram universidades e centros de pesquisa. Não havia razão para esperar que alguém tentasse espalhar informações falsas de DNS.
Apesar desses pontos de grande vulnerabilidade no processo de armazenamento no cache de DNS, não é fácil executar um ataque de envenenamento de DNS. Como o resolvedor de DNS realmente consulta o nameserver autoritativo, os invasores têm apenas alguns milissegundos para enviar uma resposta falsa antes da chegada da resposta real do nameserver autoritativo.
Para executar ataques de falsificação de DNS, os invasores também precisam tentar adivinhar ou ter conhecimento de diversos fatores:
Os invasores também podem obter acesso ao resolvedor de DNS de alguma outra maneira. Se uma pessoa mal-intencionada operar, invadir ou obtiver acesso físico a um resolvedor de DNS, poderá alterar os dados com maior facilidade se estiverem em cache.
*Quando usamos uma rede, uma porta é um ponto virtual de recepção de comunicação. Os computadores possuem várias portas, cada uma com seu próprio número; para que os computadores se comuniquem, determinadas portas devem ser designadas para certos tipos de comunicação. Por exemplo, as comunicações por HTTP sempre vão para a porta 80 e o HTTPS sempre usa a porta 443.
Vários governos envenenaram intencionalmente os caches de DNS em seus países para negar acesso a determinados sites ou recursos da internet.
DNSSEC é uma abreviação de Extensões de Segurança do Sistema de Nomes de Domínio e um meio de verificar a integridade e a origem dos dados de DNS. O DNS foi originalmente projetado sem essa verificação, e por esse motivo o envenenamento do DNS é possível.
Assim como o protocolo TLS/SSL, o DNSSEC usa uma criptografia de chave pública (uma maneira de assinar informações digitalmente) para verificar e autenticar dados. As extensões DNSSEC foram publicadas em 2005, mas o DNSSEC ainda não se tornou popular, deixando que o DNS continue vulnerável a ataques.